Percurso do Rio Paraíba

O baixo curso do rio Paraíba é uma região histórica e cultural que tem seu início na foz do rio, em Cabedelo, subindo até Pilar, numa extensão de aproximadamente 80 quilômetros. Nesta região, a várzea vem sendo ocupada por engenhos de cana de açúcar desde o século XVI. Compreende os municípios de Cabedelo, João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, São Miguel de Taipu e Pilar.

Das águas que descem à cana plantada, tudo na várzea é doce. Vários engenhos se espalharam pela grande, rica e fértil várzea do rio Paraíba, toda retalhada de rios caudais de água doce, cenário perfeito para a atividade canavieira, cuja forma de organização espacial consistia no estabelecimento do engenho de cana de açúcar, na casa grande, na capela e na senzala.

Algumas dessas construções antigas podem ainda ser vistas na paisagem, representando um patrimônio cujas idades variam do século XVI ao XIX. De algumas só existem restos escondidos nos canaviais, outras tombam literalmente resignadas com o esquecimento que lhes é imposto, algumas estão de pé, entregues à sorte de um zelador pouco atento e poucas são as que estão conservadas e em restauração.

Após descer a serra da Borborema, e passar pelo estreito vale tectônico nos municípios de Umbuzeiro e Natuba, o rio passa a descrever meandros cuja sinuosidade vai aumentando na medida em que percorre a extensa várzea litorânea.

As cheias trazem sedimentos em suspensão que se depositam nas margens enquanto elas estão alagadas, fertilizando-as e permitindo a renovação constante do plantio da cana de açúcar. Assim, a calha larga da várzea é rica em sedimentos da costa e do interior.

 Antes da colonização, a vegetação da mata litorânea penetrava para o interior através da várzea do rio. Mas, devido à intensa ocupação pelos engenhos, consta que no século XVIII já se fazia necessário buscar lenha em regiões longínquas, pois as matas já haviam praticamente desaparecido na várzea. Ao contrário do que ocorria no passado, hoje são as espécies acaatingadas que penetrando do interior pela várzea do rio, têm se aproximado cada vez mais do litoral.

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