História
Cruz do Espírito Santo é um dos municípios mais antigos da Paraíba. Suas terras foram habitadas pelos índios Tabajaras antes da conquista pelos portugueses, que implantaram engenhos e iniciaram o plantio de grandes canaviais. O povoado que deu origem ao município começou na margem esquerda do rio Paraíba, perto do Engenho Espírito Santo de propriedade do português Manoel Pires Correia. Conta a tradição que por volta de 1789, o rio Paraíba sofreu uma grande enchente deixando, onde hoje é a praça Rio Branco, uma cruz de madeira.
Os habitantes adicionaram a palavra Cruz ao nome do povoado Espírito Santo.
Na época o povoado pertencia ao município de Pilar e desmembrou-se. Lei estadual nº 40 de 7 de março de 1896 deu a categoria de município a Espírito Santo, que também passou a abrigar a sede do município de Pedras de Fogo, extinto pela mesma Lei estadual nº 125 de 7 de novembro de 1896.
Em 1914 outra grande enchente do Rio Paraíba obrigou a sede do município passar para o município de Sapé até 1935 quando o Coronel José Francisco de Paula Cavalcanti, o “Cazuza do trombone”, então Deputado Estadual conseguiu que Cruz do Espírito Santo fosse restabelecido. Em 1943 o nome do município foi mudado para Maguary. Em 1948 voltou a ser Cruz do Espírito Santo. A estação de Espírito Santo foi inaugurada em 1883 pelo Conde D’Eu.
Railway Company Limited, antigamente, em dias alternados, três a quatro locomotivas cruzavam a estação local que distava 800 metros da cidade. O município de Cruz do Espírito Santo se destacou por muito tempo.
Cruz do Espírito Santo é terra natal do poeta Augusto dos Anjos e do exministro da fazenda Maílson da Nóbrega. Em 1985, ano atípico pelas chuvas que alagaram várias cidades do Nordeste, Cruz do Espírito Santo foi completamente alagada pelo rio Paraíba, o que trouxe grandes transtornos para a cidade e para a população em geral.
Emancipação
O município foi emancipado politicamente no dia 07 de Março de 1896.
Bandeira
A bandeira do município foi criada em 28/02/1996.
Brasão
O brasão de Cruz do Espírito Santo foi criado pelo heraldista Nivaldo Fernandes de Miranda, membro do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica.
Discrição- A parte superior é verde e representa a cana de açúcar. A inferior e ondeada nas cores prata e azul, representa o 1 Engenho construído ,o Espírito Santo. A cruz lembra o lenho que foi trazido pela cheia de 1789 e a espada Holandesa representa as lutas travadas pelos Portugueses e Brasileiros contra os invasores.
Hino do Município
Hino de Cruz do Espírito Santo
(Adauto Ramos)
Na Várzea do Rio Paraíba
Foi um Engenho construído,
Seu nome Espírito Santo,
O primeiro ali erguido!
Sob o signo da cruz
Uma cidade surgida,
Varias vezes inundada
Outras tantas reerguida!
Resistência destemida
Ao Holandês invasor
Uma luta sem guarida
Em batalha se travou!
{Estribilho}
Sob o signo da cruz
Uma cidade surgida,
Varias vezes inundada
Outras tantas reerguida!
Por uma cheia tamanha
uma cruz foi transformada,
Marcando, do rio á margem,
O berço da vila amada.
Sob o signo da cruz
Uma cidade Surgida,
Varias vezes inundada
Outras tantas reerguida!
Percurso do Rio Paraíba
O baixo curso do rio Paraíba é uma região histórica e cultural que tem seu início na foz do rio, em Cabedelo, subindo até Pilar, numa extensão de aproximadamente 80 quilômetros. Nesta região, a várzea vem sendo ocupada por engenhos de cana de açúcar desde o século XVI. Compreende os municípios de Cabedelo, João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, São Miguel de Taipu e Pilar.
Das águas que descem à cana plantada, tudo na várzea é doce. Vários engenhos se espalharam pela grande, rica e fértil várzea do rio Paraíba, toda retalhada de rios caudais de água doce, cenário perfeito para a atividade canavieira, cuja forma de organização espacial consistia no estabelecimento do engenho de cana de açúcar, na casa grande, na capela e na senzala.
Algumas dessas construções antigas podem ainda ser vistas na paisagem, representando um patrimônio cujas idades variam do século XVI ao XIX. De algumas só existem restos escondidos nos canaviais, outras tombam literalmente resignadas com o esquecimento que lhes é imposto, algumas estão de pé, entregues à sorte de um zelador pouco atento e poucas são as que estão conservadas e em restauração.
Após descer a serra da Borborema, e passar pelo estreito vale tectônico nos municípios de Umbuzeiro e Natuba, o rio passa a descrever meandros cuja sinuosidade vai aumentando na medida em que percorre a extensa várzea litorânea.
As cheias trazem sedimentos em suspensão que se depositam nas margens enquanto elas estão alagadas, fertilizando-as e permitindo a renovação constante do plantio da cana de açúcar. Assim, a calha larga da várzea é rica em sedimentos da costa e do interior.
Antes da colonização, a vegetação da mata litorânea penetrava para o interior através da várzea do rio. Mas, devido à intensa ocupação pelos engenhos, consta que no século XVIII já se fazia necessário buscar lenha em regiões longínquas, pois as matas já haviam praticamente desaparecido na várzea. Ao contrário do que ocorria no passado, hoje são as espécies acaatingadas que penetrando do interior pela várzea do rio, têm se aproximado cada vez mais do litoral.